Torno Mecânico

 Denomina-se torno, a um conjunto de máquinas ferramenta que

permitem mecanizar peças de forma geométrica por revolução.

Estas máquinas-ferramenta operam fazendo girar a peça a

mecanizar (apertada na bucha ou fixa entre pontos) enquanto uma

ou várias ferramentas de corte são empurradas num movimento

regulado de avanço contra a superfície da peça, cortando a apara

de acordo com as condições tecnológicas de mecanizado adequadas.

Desde o início da Revolução Industrial, o torno converteu-se numa

máquina básica no processo industrial de maquinação.
  A ferramenta de corte é montada sobre um carro que se desloca

sobre guias paralelas ao eixo de rotação da peça que se torneia,

chamado eixo Z; sobre este carro há outro que se move segundo o

eixo X, em direcção radial à peça que se torneia, e pode ter um

terceiro carro que se pode inclinar, para fazer cones, e onde se apoia

a torreta porta-ferramentas. Quando o carro principal desloca a ferramenta ao longo do eixo de rotação, produz ocilindrado da peça, e quando o carro transversal se desloca de forma perpendicular ao eixo de simetria da peça, realiza-se a operação denominada facejado.
  Os tornos copiadores, automáticos e de Controlo Numérico tem sistemas que permitem trabalhar os dois carros de forma simultânea, conseguindo cilindrados cónicos e esféricos. 
  O torno é uma das primeiras máquinas inventadas, remontando-se o seu uso ao ano 850 AC. A imagem mais antiga que se conserva dos primitivos tornos é um relevo achado na tumba
de Petosiris, um sumo sacerdote egípcio que morreu no final séc. I. Em 1250 nasceu o torno de pedal e biela flexível, que representou um grande avanço sobre o accionado por arco, já que permitia deixar as mãos do operário livres para manejar a ferramenta.     No início do século XV introduziu-se um sistema de transmissão por correia, que permitia usar o torno em rotação contínua. No final do século XV, Leonardo dá Vinci traçou no seu Código Atlântico o esquema de vários tornos que não puderam ser construídos, então por falta de meios mas que serviram de orientação para futuros desenvolvimentos.
Por 1480 o pedal foi combinado com um braço e uma biela. Com a aplicação deste mecanismo nasceu o torno de accionamento contínuo, o que implicava o uso de biela-manivela, que devia ser combinada com um volante de inércia para superar os pontos mortos.
Iniciou-se a maquinação de metais não ferrosos, como latão, cobre e bronze e, com a introdução de algumas melhorias, este torno foi utilizando durante vários séculos. Na primitiva estrutura de madeira introduziram-se elementos de fundição, tais como a roda, os suportes do eixo principal, o contraponto, apoio de ferramentas e no ano 1586, o
prato (uma peça metálica, cilíndrica, em onde se fixa o objecto a tornear). 

 

 As principais partes do torno:

• Cabeçote fixo, é um conjunto de engrenagens e a árvore (onde está montada a bucha), esta é a responsável   pela rotação da peça.

• Caixa Norton, é conhecida como caixa de avanços, é formada por eixos e engrenagens, que serve para transmitir o movimento da grade para a ferramenta.

• Grade ou Lira, é a responsável pela transmissão do movimento de rotação do cabeçote fixo para a caixa Norton.

• Barramento, é a parte que sustenta os elementos fixos e móveis, garantindo o alinhamento a geometria e a precisão da máquina.

• Carro ou carruagem, é formado pela mesa, espera transversal, espera superior e porta-ferramenta. O avanço longitudinal do carro pode ser manual ou automático.

• Espera transversal, é responsável pelo movimento manual ou automático no sentido transversal.

• Espera superior, é uma base giratória que permite tornear em ângulos.

• Porta-ferramenta ou torreta, é o local onde são fixados os suportes das ferramentas, presos por meio de parafuso ou sistemas de aperto rápido.

• Cabeçote móvel ou contra-ponto é parte do torno que se desloca sobre o barramento oposta ao cabeçote fixo, o contraponto e a árvore estão situados na mesma altura e determina o eixo de rotação da superfície torneada.


 
 Tipos de tornos:

• Torno Horizontal ou Universal, é usado para varias funções, principalmente em peças de pequeno diâmetro e grande comprimento;

• Torno Vertical, é usado para trabalhar peças pesadas e de grande diâmetro, como falanges, polias e rodas dentadas);

• Torno Revolver, é um torno simples o qual é possível executar processos de maquinação com rapidez, em peças pequenas.

• Torno Copiador, copia uma peça modelo, fazendo movimentos com o porta-ferramenta, produzindo assim uma peça idêntica com as mesmas dimensões; 

• Torno CNC, tem movimentos controlados por computador, através de servomotores, sendo capaz de maquinar formas complexas com muita facilidade.